Uma tragédia abalou profundamente a cidade de Graz, no sul da Áustria, quando um ex-aluno de 21 anos entrou armado em uma escola onde havia estudado e tirou a vida de dez pessoas antes de cometer suicídio. O ataque, que aconteceu em plena luz do dia, mergulhou o país em luto e despertou comoção internacional.
Apesar de inicialmente as autoridades divulgarem um número menor de vítimas, o total de mortos subiu para dez após uma mulher ferida não resistir e falecer no hospital. Outras doze pessoas ficaram feridas, algumas em estado crítico.
Segundo a polícia local, o jovem agiu sozinho e tirou a própria vida dentro do banheiro da instituição. A motivação por trás da ação ainda não foi esclarecida. No entanto, uma carta de despedida endereçada aos pais foi encontrada em sua residência, mas não continha informações que explicassem o motivo do crime.
O autor do ataque era austríaco, morador da própria região de Graz, e possuía legalmente as armas utilizadas: um fuzil e uma pistola. Ele havia estudado na mesma escola, que atende cerca de 400 alunos entre 14 e 18 anos, mas abandonou os estudos antes de se formar.
Após o início dos disparos, as autoridades reagiram com rapidez, evacuando o prédio e isolando a área. A cena caótica gerou pânico entre estudantes e familiares.
Mesmo sendo um país considerado um dos mais seguros do mundo — segundo o Global Peace Index — a Áustria não está imune a esse tipo de tragédia. Esse foi um dos ataques mais mortais da história recente do país, que agora vive três dias de luto oficial, com bandeiras a meio mastro e um minuto de silêncio previsto em todo o território nacional.
O chanceler austríaco Christian Stocker esteve no local e classificou o episódio como uma “tragédia nacional”. Em seu pronunciamento, declarou que o país enfrentava um dos dias mais sombrios da sua história recente e reforçou a importância de cuidar da saúde mental da população jovem.
Moradores da região ficaram visivelmente abalados. Uma mãe americana, que vive nas proximidades e tem filhos em uma escola próxima, confessou estar em choque. “Sabemos que isso é comum em outros países, mas jamais pensei que veria algo assim aqui”, declarou.
A escola onde o massacre aconteceu é conhecida por sua diversidade e ambiente acolhedor. O artista Roman Klug, que mora a poucos metros do local, lamentou a tragédia e reforçou que Graz sempre foi considerada uma cidade pacífica.
Como forma de luto e homenagem, moradores começaram a deixar flores e velas na frente da escola. Algumas lojas decidiram fechar temporariamente as portas, em respeito às vítimas e como medida de segurança.
A tragédia também teve repercussão fora da Áustria. A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, expressou pesar e destacou que é inaceitável que escolas, espaços destinados à educação e crescimento, se tornem locais de medo e violência.
Líderes europeus como Giorgia Meloni, da Itália, Viktor Orbán, da Hungria, e Friedrich Merz, da Alemanha, também enviaram condolências e reforçaram sua solidariedade ao povo austríaco.
Infelizmente, esse tipo de ataque tem se repetido em outras regiões da Europa. Casos semelhantes ocorreram recentemente na França, Croácia, Eslováquia, Sérvia e República Tcheca. Na maioria das vezes, os responsáveis são jovens com histórico de isolamento ou distúrbios emocionais.
Em Praga, em dezembro de 2023, um universitário matou 14 pessoas e feriu outras 25 em um dos ataques mais violentos já registrados na República Tcheca. Pouco antes, um adolescente de 13 anos abriu fogo em uma escola primária de Belgrado, matando colegas e um segurança.
Embora nem todos esses atos sejam considerados oficialmente como terrorismo, o impacto psicológico, social e político é enorme. A recorrência desses crimes reacende debates sobre controle de armas, segurança nas escolas e a necessidade urgente de ações efetivas em saúde mental.
Especialistas destacam que, além da resposta policial rápida, é fundamental investir em prevenção. Isso envolve desde a formação de professores para identificar sinais de risco até a ampliação do acesso a acompanhamento psicológico para estudantes e ex-alunos.
A tragédia em Graz não será facilmente esquecida. Mais do que um episódio isolado, ela serve como alerta para toda a Europa — e para o mundo — sobre o que pode acontecer quando jovens não encontram apoio, escuta ou direção.
Agora, o país se une em dor, mas também em busca de respostas e soluções que evitem que histórias como essa se repitam.
Ver vídeo:
@jornaldebrasilia 📹 Novas imagens mostram o impacto do atentado ocorrido na manhã desta terça-feira (10/6), em uma escola de Graz, na Áustria. O ataque resultou na morte de 10 pessoas, incluindo sete estudantes, e deixou 28 feridos, quatro deles em estado crítico. 🚔 A prefeita de Graz, Elke Kahr, informou que as autoridades acreditam que o atirador está entre os mortos. A identidade do responsável pelo atentado ainda não foi confirmada oficialmente. 🚁 Unidades especiais da polícia e helicópteros foram mobilizados para conter o ataque, que foi considerado encerrado na manhã de hoje. Em comunicado oficial, a Polícia da Estíria garantiu que “a situação está sob controle” e que “não se espera mais perigo”. 📹: Reprodução #jornaldebrasilia #escolas #áustria #ataques #feridos #luto #covardia