Nesta terça-feira, o mundo do entretenimento amanheceu de luto. Samuel French, um ator respeitado por seu talento genuíno e pela intensidade com que viveu cada personagem, faleceu aos 45 anos, deixando um vazio no coração de fãs e profissionais da indústria. Conhecido por seus papéis impactantes em obras como Killers of the Flower Moon, de Martin Scorsese, e pela participação na série Fear the Walking Dead, French foi muito mais do que um coadjuvante — ele foi uma presença que transcendia as telas.
A confirmação de sua morte veio por meio do diretor Paul Sinacore, que havia trabalhado recentemente com o ator no longa Towpath, ainda inédito. O filme, ambientado na década de 1960, retrata o movimento dos direitos civis nos Estados Unidos e teve em French um dos pilares narrativos da produção. Sua atuação foi considerada fundamental para dar vida ao Detetive Bernard Crooke, personagem complexo e carregado de emoção.
French lutava contra um câncer, batalha que enfrentou com dignidade e transparência. Em uma das suas últimas postagens nas redes sociais, ele compartilhou uma imagem hospitalar recebendo hidratação intravenosa. A legenda, direta e sincera, dizia: “Recebendo soro intravenoso para hidratação muito necessária”. A atitude não apenas demonstrava sua vulnerabilidade, mas também a coragem de dividir sua jornada com o público.
O falecimento ocorreu em 9 de maio, no estado do Texas, nos Estados Unidos. Desde então, uma onda de homenagens tomou conta das redes sociais. Amigos, colegas de profissão e admiradores lembram não apenas do artista, mas do ser humano gentil, dedicado e inspirador. As mensagens são unânimes em destacar a entrega total de French a cada trabalho, sua ética profissional e a sensibilidade que levava consigo para qualquer set de filmagem.
Paul Sinacore, visivelmente emocionado, afirmou que Towpath “simplesmente não existiria sem Samuel French”. Segundo ele, o ator trouxe uma intensidade tão única ao personagem que influenciou o tom de todo o longa. “Samuel tinha uma chama artística que ardia com sinceridade. Cada cena sua era um mergulho profundo na alma do personagem. Ele atuava com o coração exposto, sem filtros, e isso fazia toda a diferença”, comentou o diretor.
Mesmo com uma carreira distante das grandes manchetes, French colecionou performances memoráveis. Em Assassinos da Lua das Flores, atuou ao lado de nomes como Leonardo DiCaprio e Robert De Niro, entregando uma interpretação contida, porém potente. Já em Fear The Walking Dead, mostrou sua versatilidade em uma produção de grande alcance, conquistando novos públicos e reforçando sua capacidade de se adaptar a diferentes gêneros.
No entanto, é em Towpath que muitos apontam sua atuação mais impactante. O longa, que ainda não teve a estreia definida, carrega agora o peso de uma despedida — não apenas ao ator, mas à sua visão artística que deixou marcas profundas na produção. “Ele nos deu algo além da atuação: nos ofereceu verdade”, ressaltou uma das atrizes do elenco.
Fora das câmeras, Samuel French era admirado por seu caráter. Discreto, mas sempre presente, era do tipo que escutava mais do que falava. Valorizava os bastidores tanto quanto o palco principal, e tinha como missão mergulhar na complexidade humana com autenticidade. “O que me atrai é a oportunidade de habitar o universo de outra pessoa, mesmo que por alguns minutos em cena”, disse em uma entrevista anos atrás.
Esse desejo de representar vidas reais, com todas as suas nuances, definiu sua trajetória. Ele não buscava aplausos fáceis, mas sim a conexão com quem assistia. Seus colegas relatam que, em cada projeto, ele buscava entender profundamente o personagem, indo além do roteiro para compreender sua história, dores e motivações. Era essa entrega que tornava sua atuação tão memorável.
A morte de Samuel French é, sem dúvida, uma perda irreparável para o cinema e a televisão. No entanto, seu legado permanece vivo nas produções em que esteve presente e no coração de quem teve o privilégio de contracenar com ele ou simplesmente se emocionar com sua arte. Em um tempo onde a superficialidade muitas vezes reina, ele foi um artista que escolheu a profundidade, que optou por sentir e fazer sentir.
Towpath, quando enfim for lançado, servirá como uma homenagem póstuma à sua genialidade. Será a oportunidade do grande público compreender o que os bastidores já sabiam: Samuel French era daqueles raros talentos que não precisavam de muitas falas para se fazerem inesquecíveis. Sua presença em cena era suficiente para tocar e transformar.
Neste momento de despedida, cabe a nós celebrar sua jornada, a coragem com que enfrentou a doença, a honestidade com que viveu sua arte e a humanidade que deixou em cada personagem. Que sua luz continue a inspirar outros artistas — e que sua memória permaneça viva através das histórias que contou tão bem.