O ex-presidente da República está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, após uma delicada cirurgia no intestino realizada no último dia 13. O procedimento teve como objetivo corrigir uma obstrução intestinal, complicação recorrente desde que ele sofreu uma facada em 2018. Embora os primeiros dias pós-operatórios tenham apontado uma recuperação estável, um novo boletim médico divulgado nesta quinta-feira acendeu um alerta.
A equipe médica informou que o quadro clínico do ex-presidente sofreu uma piora. Entre os sinais que chamaram a atenção dos especialistas estão o aumento da pressão arterial e alterações negativas nos exames do fígado. Esses indicadores sugerem que o organismo ainda está enfrentando dificuldades para se recuperar plenamente da cirurgia. Diante disso, Bolsonaro será submetido a novos exames de imagem para uma avaliação mais completa do seu estado de saúde.
O boletim também destaca que ele permanece em jejum oral e recebendo nutrição exclusivamente por via parenteral, ou seja, por meio de infusão intravenosa. Essa medida é adotada para evitar esforço digestivo, dando tempo ao sistema gastrointestinal para se restabelecer. O ex-presidente segue com sessões de fisioterapia motora e também com medidas preventivas contra trombose venosa, uma complicação comum em longos períodos de imobilidade.
Até o momento, não há previsão de alta. As visitas seguem restritas a familiares próximos, conforme orientação da equipe médica.
Apesar do momento delicado, é importante lembrar que o próprio ex-presidente havia demonstrado sinais de recuperação nos dias anteriores. No boletim divulgado na terça-feira (22), os médicos haviam relatado uma evolução clínica satisfatória, com retorno parcial das funções intestinais, o que era um indicativo positivo. No entanto, essa melhora não se manteve estável, exigindo agora uma reavaliação detalhada por parte dos profissionais de saúde.
O procedimento realizado foi necessário devido a uma condição chamada suboclusão intestinal — uma obstrução parcial do intestino, que pode causar dor intensa, inchaço abdominal, náuseas e dificuldade para evacuar. Esse tipo de quadro é comum em pessoas que passaram por múltiplas intervenções cirúrgicas abdominais, como é o caso do ex-presidente. A formação de aderências, que são como cicatrizes internas, pode comprometer a passagem normal do conteúdo intestinal, levando à necessidade de cirurgia corretiva.
Casos como esse exigem atenção constante, especialmente em pacientes que já passaram por diversas operações. O risco de novas complicações é sempre presente, e por isso o acompanhamento intensivo em UTI se torna essencial. A cirurgia que durou cerca de 12 horas demandou atenção minuciosa, justamente por conta do histórico cirúrgico complexo de Bolsonaro.
A situação ganhou destaque também por um episódio ocorrido dentro da própria UTI. Durante o período de internação, o ex-presidente realizou uma transmissão ao vivo de seu quarto. Após o ocorrido, um oficial de Justiça esteve no hospital para entregar uma intimação judicial. O vídeo da entrega circulou nas redes sociais, gerando críticas de diversas entidades que classificaram a gravação como indevida e a divulgação como sensacionalista. Especialistas apontam que o ambiente hospitalar deve ser preservado para garantir a recuperação do paciente e respeitar a privacidade durante o tratamento.
O episódio reforça a importância de proteger o espaço e o bem-estar de qualquer paciente internado, especialmente em contextos que envolvem figuras públicas. A recuperação de uma obstrução intestinal é um processo lento e exige disciplina, cuidados constantes e um ambiente de tranquilidade.
É essencial manter o foco no processo de reabilitação. A equipe médica segue monitorando o estado clínico do ex-presidente em tempo integral, ajustando as abordagens conforme os resultados dos exames. A expectativa é que os próximos dias tragam mais clareza sobre o progresso do quadro e sobre uma possível previsão de alta.
Enquanto isso, o Brasil acompanha com atenção as atualizações sobre o estado de saúde do ex-presidente. A recuperação de uma obstrução intestinal não é simples e pode envolver fases de avanço e retrocesso. Ainda que o quadro tenha apresentado instabilidades, a resposta do corpo aos tratamentos e o suporte da equipe médica serão determinantes para a evolução clínica.
Esse caso também serve como alerta para a gravidade das complicações intestinais, que muitas vezes são subestimadas. Sintomas como dor abdominal frequente, alterações no trânsito intestinal e náuseas persistentes merecem atenção e devem ser avaliados por um especialista o quanto antes. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado podem evitar a evolução para quadros mais graves que exigem intervenção cirúrgica.
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A saúde intestinal, apesar de pouco discutida, tem papel central na qualidade de vida. Cuidar do intestino vai além de manter uma dieta equilibrada — envolve prevenção, exames regulares e atenção aos sinais do corpo.