O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) continua internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília. De acordo com o boletim médico divulgado neste domingo (27/4), Bolsonaro mostrou sinais de evolução positiva, mas ainda não tem previsão de alta. Após 12 dias na UTI, ele permanece em jejum oral, sem autorização para receber visitas e sob cuidados intensivos.
Segundo o relatório médico, houve uma melhora gradual nos exames laboratoriais relacionados ao fígado. Além disso, foram observados sinais iniciais de movimentos intestinais espontâneos, o que indica um progresso em seu quadro de saúde. Apesar disso, ele ainda não está apto para se alimentar nem pela boca, nem via sonda gástrica. Toda a nutrição de Bolsonaro está sendo feita por via parenteral, ou seja, diretamente pela veia.
A equipe médica também informou que o ex-presidente segue realizando fisioterapia motora, uma etapa fundamental para evitar complicações como trombose venosa. Apesar dos sinais encorajadores, ele continua restrito de receber visitas e o hospital reforça que não há previsão para sua alta da UTI.
O boletim foi assinado por profissionais renomados, como Cláudio Birolini, médico-chefe da equipe cirúrgica, Leandro Echenique, cardiologista, Antônio Aurélio de Paiva Fagundes Júnior, coordenador da UTI do hospital, entre outros especialistas que acompanham Bolsonaro de perto.
Entenda o motivo da internação de Bolsonaro
O problema de saúde que levou Bolsonaro novamente ao hospital tem relação com uma obstrução intestinal, uma condição séria caracterizada pelo bloqueio parcial ou total da passagem dos alimentos pelo intestino. Esse tipo de complicação impede o fluxo normal do bolo alimentar e pode gerar consequências graves se não tratado rapidamente.
Entre as causas comuns da obstrução intestinal estão tumores, inflamações, hérnias, intoxicações e, principalmente, as chamadas bridas intestinais — aderências formadas após cirurgias. No caso de Bolsonaro, o histórico cirúrgico é extenso desde o atentado que sofreu em setembro de 2018, durante a campanha presidencial. Na ocasião, ele foi esfaqueado e precisou passar por diversas cirurgias no sistema digestivo, o que favoreceu o surgimento dessas aderências.
Recentemente, Bolsonaro passou por uma cirurgia de grande porte, com duração aproximada de 12 horas. O procedimento teve como objetivo remover essas bridas intestinais e reconstruir parte da parede abdominal. Essa reconstrução é necessária para aliviar dores, melhorar a função intestinal e prevenir novas obstruções.
O que é a gastroparesia mencionada no boletim?
Outro ponto importante citado pela equipe médica foi a persistência da gastroparesia. Trata-se de uma condição em que o esvaziamento do estômago é retardado, mesmo sem bloqueios físicos. Essa situação dificulta ainda mais a alimentação, exigindo cuidados rigorosos com a nutrição e a hidratação do paciente.
Bolsonaro, por enquanto, segue apenas com suporte nutricional intravenoso, enquanto a equipe médica monitora qualquer evolução na movimentação intestinal para reavaliar o tratamento.
Atualizações constantes e expectativa da família
O entorno familiar e político de Bolsonaro tem acompanhado a situação de perto. Apesar da impossibilidade de visitas, familiares informam que ele está recebendo todas as mensagens de apoio e se mantém informado sobre o andamento dos acontecimentos fora do hospital.
As atualizações sobre o estado de saúde do ex-presidente são feitas regularmente, e a expectativa é de que, com a continuidade do tratamento, ele possa ser transferido da UTI para um quarto comum em breve, embora ainda não haja uma data definida.
Por que o caso de Bolsonaro gera tanta atenção?
Além da relevância política, a condição médica de Bolsonaro também chama atenção pela complexidade de seu histórico cirúrgico. Desde o atentado, ele acumula várias internações e cirurgias, o que o torna mais vulnerável a complicações intestinais e outros problemas de saúde.
Obstruções intestinais, especialmente aquelas causadas por aderências, podem se repetir ao longo dos anos, exigindo múltiplas intervenções médicas. A combinação desses fatores torna seu quadro mais delicado e requer monitoramento constante.
Conclusão
Apesar de uma lenta mas constante melhora, Jair Bolsonaro ainda enfrenta desafios importantes em sua recuperação. O tratamento exige paciência, cuidados intensivos e uma série de procedimentos para garantir sua total recuperação. A equipe médica segue empenhada em garantir o melhor atendimento possível, enquanto familiares e apoiadores mantêm a esperança de vê-lo fora da UTI nos próximos dias.
Com o tratamento adequado e a resposta positiva do organismo que vem sendo observada, a expectativa é que o ex-presidente, em breve, possa deixar a internação e retomar sua rotina, ainda que gradativamente.