O ex-presidente Jair Bolsonaro segue internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, após passar por sua sexta cirurgia desde o atentado sofrido em 2018. A intervenção recente foi realizada para tratar uma suboclusão intestinal, condição que obstrui parcialmente o intestino delgado. Mesmo com a estabilização da pressão arterial, seu estado de saúde ainda exige atenção constante da equipe médica.
De acordo com o boletim médico mais recente, divulgado neste sábado (19), Bolsonaro apresentou uma alteração na pressão arterial nas últimas horas. O quadro foi prontamente controlado, mas os profissionais ainda não deram previsão de alta. O documento é assinado pelo cirurgião Cláudio Birolini, que liderou o procedimento, com o apoio de outros cinco médicos especialistas envolvidos na recuperação do ex-presidente.
A situação ainda inspira cuidados, já que Bolsonaro continua em jejum oral, devido à ausência de movimentos intestinais eficazes. Toda a alimentação está sendo feita por via parenteral, ou seja, diretamente pela corrente sanguínea, uma técnica comum em pacientes que não podem se alimentar normalmente pelo trato digestivo. A prioridade no momento é manter o ritmo da fisioterapia motora e adotar medidas que favoreçam a reabilitação.
Recuperação lenta e rotina controlada
O processo de recuperação tem sido meticuloso. Bolsonaro está sendo submetido a sessões regulares de fisioterapia e caminhadas leves, cuidadosamente monitoradas. Essas atividades são fundamentais para evitar complicações, como trombose, e estimular o funcionamento do organismo, que ainda reage ao impacto da longa cirurgia.
Imagens divulgadas nas redes sociais mostram o ex-presidente acompanhado da esposa, Michelle Bolsonaro, e de seus filhos, demonstrando que o apoio familiar tem sido constante. No entanto, o hospital impôs restrições severas quanto às visitas, permitindo apenas a entrada de familiares próximos. A medida visa proteger o paciente de infecções e garantir um ambiente mais controlado.
Na terça-feira anterior, Bolsonaro usou suas redes sociais para tranquilizar seus apoiadores e comentar sobre o estado de saúde. Em sua publicação, afirmou estar concentrado na recuperação e classificou a intervenção como a mais invasiva que já enfrentou. O procedimento durou aproximadamente 12 horas e envolveu diversas etapas delicadas.
Detalhes da cirurgia e histórico de saúde
A cirurgia realizada teve como foco principal corrigir uma dobra no intestino, responsável por dificultar o fluxo natural de fezes e gases. Para resolver o problema, os médicos optaram por uma laparotomia exploradora — técnica que permite examinar diretamente os órgãos internos e remover aderências que impedem o funcionamento normal.
Além disso, foi feita a reconstrução da parede abdominal, com o objetivo de reforçar a musculatura da região que havia sido comprometida por procedimentos anteriores. Essa reconstrução é fundamental para garantir maior resistência física e prevenir novos episódios semelhantes.
O histórico cirúrgico de Jair Bolsonaro é extenso e tem origem no atentado sofrido durante a campanha presidencial de 2018. Na ocasião, ele foi atingido por uma facada na região abdominal, o que desencadeou uma série de complicações e intervenções médicas nos anos seguintes. Com essa, já são seis cirurgias ligadas diretamente às consequências daquele episódio traumático.
Cenário atual e cuidados redobrados
O cenário atual exige vigilância constante. A equipe médica segue monitorando todos os sinais vitais de Bolsonaro, especialmente a estabilidade da pressão arterial, função renal, resposta motora e o progresso da recuperação intestinal. Como ainda não há trânsito intestinal adequado, a alimentação oral permanece suspensa.
Embora o quadro tenha se estabilizado em alguns aspectos, os médicos evitam fazer previsões. A reabilitação depende da resposta do corpo nas próximas horas e dias. Fatores como a cicatrização interna, a retomada dos movimentos intestinais e a resistência física serão determinantes para uma possível alta hospitalar.
Atenção da mídia e apoio de apoiadores
O estado de saúde de Bolsonaro tem sido amplamente acompanhado pela imprensa e por seus seguidores nas redes sociais. Muitos têm manifestado apoio por meio de mensagens e orações, enquanto outros demonstram preocupação com a possibilidade de novas complicações. A visibilidade do caso reacende o debate sobre as consequências do atentado de 2018 e como ele impactou diretamente a vida pessoal e política do ex-presidente.
Recuperação exige tempo e paciência
A recuperação de uma cirurgia dessa magnitude é sempre delicada, especialmente considerando o histórico de cirurgias e a fragilidade da região afetada. Mesmo com o avanço da medicina, o processo requer tempo, paciência e uma equipe médica experiente, como a que acompanha Bolsonaro no DF Star.
Os próximos dias serão cruciais para entender se o quadro evoluirá de forma positiva. A expectativa é de que, com o avanço da fisioterapia e o retorno das funções intestinais, ele possa deixar a UTI e seguir o tratamento em outro ambiente hospitalar.