O Impacto para a Política Global de Saúde
Publicado em 13 de janeiro de 2025
A equipe de transição presidencial de Donald Trump está se preparando para uma decisão histórica: a retirada dos Estados Unidos da Organização Mundial da Saúde (OMS) logo no início de seu segundo mandato. O movimento, que segue as críticas constantes de Trump à agência de saúde da ONU, teria um impacto profundo nas políticas de saúde global, isolando ainda mais os EUA no combate a pandemias e crises sanitárias internacionais. Mas o que realmente está em jogo com essa possível retirada e como isso afetaria o futuro da saúde global?
O Plano de Retirada e Suas Implicações
De acordo com especialistas em leis de saúde, a transição para o novo governo de Trump já está estruturando as etapas para a retirada formal dos EUA da OMS. Lawrence Gostin, professor de saúde global da Universidade de Georgetown, revelou que a retirada poderia ocorrer rapidamente no primeiro dia de mandato de Trump. Em suas palavras: “Sei de fonte segura que ele planeja se retirar, provavelmente no primeiro dia ou logo no início de seu governo.”
O plano reflete a postura crítica de Trump em relação à OMS, especialmente em relação à sua gestão da pandemia de Covid-19. Desde o início de sua presidência, Trump alegou que a organização não havia feito o suficiente para responsabilizar a China pela disseminação inicial do vírus, tratando a OMS de “fantoche de Pequim”.
O Contexto das Críticas de Trump à OMS
A retirada dos EUA da OMS não é uma ideia nova. Em 2020, durante seu primeiro mandato, Trump já havia iniciado o processo de retirada da organização, que, no entanto, foi revertido por seu sucessor, o presidente Joe Biden. O ex-presidente republicano, que possui uma visão isolacionista, usou a OMS como um dos alvos de suas críticas, argumentando que a organização foi complacente com a China e falhou em ser transparente durante a pandemia.
Trump nomeou figuras como Robert F. Kennedy Jr., crítico das vacinas, para cargos de liderança na área de saúde pública, destacando ainda mais a divergência ideológica em relação à OMS e outras entidades internacionais.
O Impacto no Sistema de Saúde Global
A decisão de Trump de retirar os EUA da OMS teria repercussões globais significativas. Como uma das principais potências econômicas e políticas do mundo, os Estados Unidos desempenham um papel fundamental na luta contra pandemias e na promoção de iniciativas globais de saúde. Ao sair da OMS, Washington poderia reduzir sua influência nas políticas de saúde global, o que tornaria mais difícil coordenar esforços internacionais em tempos de crise.
Além disso, a retirada poderia enfraquecer a resposta global a futuras ameaças sanitárias, limitando o acesso a recursos, informações e colaborações internacionais vitais para o controle de doenças transmissíveis e a promoção de vacinas e tratamentos.
A Reação da OMS e da Comunidade Internacional
Embora a OMS tenha se recusado a comentar diretamente sobre a possível retirada dos EUA, o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, abordou a questão durante uma coletiva de imprensa em 10 de dezembro. Quando questionado sobre os planos de Trump, Tedros ressaltou que a OMS precisava dar tempo e espaço para os EUA tomarem suas decisões, destacando a importância do diálogo e da cooperação internacional para enfrentar os desafios sanitários globais.
A possível retirada dos EUA da OMS também pode gerar uma série de reações dentro da comunidade internacional. Países aliados dos EUA, especialmente na Europa, têm sido defensores de uma maior cooperação com a OMS. Por outro lado, nações como a China podem ver essa decisão como um reforço de sua própria influência na organização.
O Futuro da Saúde Global sem a Participação dos EUA
Se a retirada dos Estados Unidos da OMS se concretizar, as implicações para o futuro da saúde global são incertas. A OMS, uma agência especializada da ONU, tem sido essencial na coordenação de esforços globais em resposta a pandemias e doenças infecciosas. Além disso, a organização oferece apoio a sistemas de saúde em países em desenvolvimento, fornecendo recursos e expertise necessários para combater surtos e melhorar a saúde pública.
A ausência dos EUA pode resultar em uma maior dependência de outras potências, como a China e a União Europeia, para liderar a luta contra futuras ameaças sanitárias. Isso pode modificar profundamente a dinâmica de colaboração global, criando novos desafios para os países em desenvolvimento que podem não ter os recursos necessários para enfrentar pandemias sem a assistência dos EUA.
A Perspectiva de Isolamento Internacional
Com a possível retirada da OMS, a administração Trump estaria ampliando sua política de “America First” (América Primeiro), um movimento que visa reduzir o envolvimento dos EUA em compromissos internacionais, priorizando seus próprios interesses em detrimento da cooperação multilateral. Isso poderia acelerar o isolamento do país em relação aos seus parceiros internacionais, dificultando ainda mais a colaboração em questões cruciais como a mudança climática, o comércio e, claro, a saúde pública.
Conclusão: O Impacto Potencial para o Mundo
A retirada dos Estados Unidos da OMS, caso seja confirmada, representará uma mudança dramática na política de saúde global e nas relações internacionais. A decisão de Trump de se afastar da organização pode ter repercussões profundas, tanto para os EUA quanto para o resto do mundo, afetando não apenas a resposta a pandemias, mas também o papel dos Estados Unidos na liderança de esforços globais de saúde e segurança.
Como o futuro da saúde global está diretamente ligado à colaboração internacional, a saída de uma potência tão influente como os Estados Unidos pode significar um desafio significativo para a coordenação de ações contra crises sanitárias futuras. Os próximos passos da administração Trump e da OMS serão decisivos para determinar o rumo dessa história.