Um trágico acidente envolvendo dois ônibus de passageiros resultou na morte de pelo menos 37 pessoas e deixou outras 30 feridas na madrugada deste sábado (1º), em uma rodovia próxima à cidade de Uyuni, no departamento de Potosí, ao sul da Bolívia. A informação foi confirmada pelas autoridades locais e amplamente divulgada pela Agence France-Presse (AFP).
O acidente, considerado o mais grave registrado no país em 2025, ocorreu em uma estrada de mão dupla que liga Potosí a Oruro. Segundo o coronel Wilson Flores, da polícia boliviana, as vítimas fatais incluem 35 adultos e duas crianças. “Até o momento, temos 37 mortes confirmadas”, declarou Flores. Além das vítimas fatais, aproximadamente 30 pessoas foram socorridas com ferimentos de diferentes gravidades.
As causas exatas do acidente ainda estão sendo investigadas, mas as primeiras análises apontam que um dos ônibus pode ter invadido a pista contrária, resultando na colisão frontal. A polícia também informou que um dos motoristas, que sobreviveu mas está em estado grave, apresentava sinais de embriaguez, sendo encontrado com “hálito alcoólico” no momento do resgate. Para confirmar a suspeita, foi solicitado um exame de sangue.
Um dos veículos envolvidos no acidente seguia em direção a Oruro, onde ocorre neste fim de semana o tradicional Carnaval de Oruro. Esse evento é uma das maiores festividades da América Latina, atraindo milhares de turistas e moradores locais. As autoridades temem que algumas das vítimas fossem viajantes a caminho da celebração.
Infelizmente, acidentes de trânsito são frequentes nas estradas bolivianas. De acordo com dados oficiais, aproximadamente 1.400 pessoas morrem a cada ano devido a acidentes rodoviários no país. Os principais fatores apontados pelas autoridades incluem imprudência dos motoristas e falhas mecânicas nos veículos. Relatórios divulgados pelo Ministério de Governo da Bolívia mostram que esses problemas são responsáveis por grande parte das fatalidades nas rodovias.
Somente no departamento de Potosí, 64 pessoas perderam a vida em acidentes de trânsito até o final de fevereiro deste ano, segundo relatório da polícia divulgado antes da tragédia deste sábado. A região tem um histórico preocupante de acidentes graves, o que reforça a necessidade de medidas urgentes para melhorar a segurança nas estradas.
Este acidente se tornou o mais mortal registrado na Bolívia em 2025, superando outra tragédia ocorrida no mês passado em Yocalla, também no departamento de Potosí. Na ocasião, um ônibus caiu em um precipício de 800 metros, resultando na morte de 29 pessoas. Segundo dados do Observatório Boliviano de Segurança Pública, Potosí responde por 10,6% de todos os acidentes fatais registrados no país.
A frequência de acidentes na Bolívia destaca a necessidade de reformas nas políticas de segurança viária. Especialistas sugerem medidas como fiscalização mais rigorosa dos motoristas, revisão técnica periódica dos ônibus e melhorias na infraestrutura das rodovias. Além disso, campanhas de conscientização poderiam ajudar a reduzir os altos índices de acidentes causados por imprudência e consumo de álcool ao volante.
O governo boliviano ainda não divulgou um plano oficial para lidar com o aumento dos acidentes, mas a pressão popular por mudanças tem crescido. Familiares das vítimas e organizações de defesa da segurança no trânsito cobram providências para evitar novas tragédias.
Diante desse cenário, o país enfrenta um desafio urgente: tornar suas estradas mais seguras e impedir que mais vidas sejam perdidas em acidentes evitáveis. As autoridades precisam agir rapidamente para implementar medidas que possam proteger os passageiros e reduzir o número alarmante de fatalidades. Enquanto isso, a população lamenta mais uma tragédia que poderia ter sido prevenida.
