Decreto de emergência: Síndrome Respiratória Grave em crianças

Saúde

Piracicaba, no interior de São Paulo, vive um cenário preocupante. Um aumento significativo no número de internações de crianças por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) levou a prefeitura a tomar uma decisão drástica: decretar emergência em saúde pública. A medida surge como resposta imediata a uma situação crítica nos hospitais da cidade.

Até o momento, 15 crianças aguardam por vagas — 13 precisam de leitos de enfermaria e duas estão na fila por uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A informação foi confirmada neste sábado (17) pela administração municipal.

Esse aumento nos atendimentos não é aleatório. Com a chegada do outono e a consequente queda nas temperaturas, diversos vírus começam a circular com mais intensidade. Entre eles, o que mais tem preocupado as autoridades é o Vírus Sincicial Respiratório (VSR), amplamente conhecido por afetar especialmente bebês e crianças pequenas. Outros agentes, como Influenza, H1N1 e até mesmo o coronavírus, também contribuem para esse quadro.

Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, o sistema público já opera próximo ao limite. Por isso, a prefeitura solicitou aos hospitais da cidade, como a Santa Casa e o Hospital dos Fornecedores de Cana (HFC), que aumentassem a quantidade de leitos infantis. Como resposta, mais 17 vagas foram disponibilizadas, distribuídas entre enfermaria pediátrica, UTI infantil e UTI neonatal. Ainda assim, a capacidade segue abaixo da necessidade real.

O secretário de Saúde, Sérgio Pacheco, fez um apelo importante à população. Ele reforça que este é o momento de redobrar os cuidados com os pequenos. “Evitar contato com pessoas com sintomas gripais e não levar as crianças a locais com aglomeração são atitudes fundamentais para reduzir a propagação dos vírus”, afirmou em nota.

Outro ponto crucial destacado pela secretaria é a busca por atendimento adequado diante dos primeiros sinais. Caso a criança apresente sintomas como febre alta persistente, tosse intensa, dificuldade para respirar ou chiado no peito, os pais devem levá-la imediatamente a uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) ou a uma Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima.

A recomendação não vale apenas para casos graves. Mesmo sintomas leves, quando tratados no início, podem evitar internações e complicações. Por isso, o monitoramento constante é essencial, principalmente em famílias com crianças pequenas ou com histórico de doenças respiratórias.

Especialistas alertam que o Vírus Sincicial Respiratório, apesar de comum, é uma das principais causas de bronquiolite e pneumonia em bebês. A transmissão acontece por meio de secreções respiratórias, como espirros, tosse e contato com superfícies contaminadas. Ou seja, manter as mãos limpas e higienizar brinquedos, chupetas e mamadeiras são medidas eficazes de prevenção.

Além disso, a ventilação dos ambientes continua sendo uma estratégia simples e poderosa contra a propagação dos vírus. A orientação é manter janelas abertas sempre que possível, mesmo nos dias frios. Essa prática ajuda a renovar o ar e diminuir a concentração de agentes infecciosos no ambiente.

Outro fator que agrava a situação é a lotação nas unidades de saúde. Com a alta demanda por leitos, os profissionais enfrentam jornadas exaustivas e precisam lidar com a angústia dos pais que aguardam atendimento para seus filhos. Nesse contexto, a colaboração da população faz toda a diferença.

A decretação do estado de emergência permite que o município adote medidas rápidas e extraordinárias. Com isso, será possível contratar profissionais, adquirir equipamentos e remanejar recursos de forma mais ágil, tudo com o objetivo de ampliar a capacidade de resposta do sistema de saúde local.

Vale lembrar que situações como essa não são exclusivas de Piracicaba. Em diversas regiões do Brasil, hospitais vêm enfrentando desafios parecidos durante os meses de maior circulação de vírus respiratórios. Isso reforça a importância da conscientização coletiva e do cuidado com as crianças, especialmente nos primeiros anos de vida.

Em resumo, a crise atual escancara uma realidade que já se anunciava: o sistema de saúde precisa estar preparado para os picos sazonais de doenças respiratórias, e a prevenção, mais do que nunca, deve ser uma prioridade nas casas e nas políticas públicas.

Se você tem filhos pequenos ou convive com crianças, fique atento aos sintomas e, sobretudo, adote medidas simples que podem evitar complicações graves. O momento exige responsabilidade, empatia e ação conjunta. Afinal, proteger as crianças é uma missão que cabe a todos nós.

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