Na manhã do dia 21 de junho de 2025, um passeio que prometia momentos inesquecíveis de contemplação aérea sobre Praia Grande, Santa Catarina, acabou em uma das maiores tragédias envolvendo balões no Brasil. O que era para ser uma experiência turística leve e emocionante se transformou em desespero e perda. O acidente com balão em Santa Catarina deixou oito mortos, entre eles o conhecido médico oftalmologista Dr. Andrei Gabriel de Melo.
O balão, operado pela empresa Sobrevoar, levava 21 pessoas a bordo. Durante o voo, um incêndio irrompeu de forma repentina, pegando a todos de surpresa e mudando drasticamente o rumo da viagem. Relatos apontam que o fogo teve início no maçarico reserva, localizado no cesto do balão, e se alastrou rapidamente, comprometendo a segurança de todos.
Mesmo em meio ao caos, dois personagens se destacaram por suas ações e palavras: o piloto, Elvis de Bem Crescêncio, e o médico Dr. Andrei Gabriel de Melo. Suas últimas frases, captadas por testemunhas, revelam não apenas o instinto de sobrevivência, mas também um profundo senso de responsabilidade e coragem diante do iminente fim.
O piloto, ciente da gravidade da situação, agiu com rapidez. Tentando controlar o balão e reduzir os riscos, ele gritou com urgência para os passageiros: “Pulem! Pulem agora!”. Era um apelo desesperado para salvar vidas, já que o cesto estava sendo tomado pelas chamas e o equipamento de emergência falhou. O extintor, que poderia conter o incêndio, simplesmente não funcionou, deixando o piloto sem alternativas.
Sua decisão, embora dramática, teve impacto. Treze pessoas conseguiram pular antes que o balão voltasse a subir. O alívio momentâneo logo deu lugar à angústia quando se percebeu que os que permaneceram a bordo estavam condenados. O peso reduzido fez com que o balão ganhasse altura novamente, impedindo os demais de escapar.
Enquanto isso, no meio dos passageiros, o Dr. Andrei tentava manter a calma. Conhecido por sua atuação humanizada na cidade de Fraiburgo, ele demonstrou, até o último segundo, sua essência de protetor. De acordo com testemunhos de sobreviventes, suas palavras foram serenas e diretas: “Fiquem juntos, vamos tentar descer.” Mesmo diante do pânico, ele procurou organizar as pessoas, confortando-as, principalmente sua esposa, que sobreviveu ao desastre.
O gesto de segurar a companheira e tentar acalmá-la mostra não só um instinto protetor, mas o espírito de alguém que até em seus últimos momentos manteve a postura de quem cuida do próximo. Sua coragem silenciosa contrasta com o grito aflito do piloto, mas ambas atitudes se complementam como sinais de resistência humana diante do incontrolável.
O acidente com balão em Santa Catarina deixou não só um rastro de dor, mas também lições sobre bravura, empatia e liderança em situações extremas. O comando de Elvis para que todos pulassem, mesmo sabendo que muitos poderiam não sobreviver à queda, e as palavras de Andrei, tentando manter o grupo unido, são retratos emocionantes de dois homens que, em meio ao terror, agiram movidos por um senso de dever e amor ao próximo.
A tragédia provocou comoção em todo o país, mas especialmente em Fraiburgo, cidade natal do médico, onde ele era amplamente admirado por sua dedicação e humanidade. Nas redes sociais, pacientes e amigos compartilharam homenagens, destacando o impacto positivo que ele teve na vida de muitos.
As investigações seguem em andamento para esclarecer as causas do incêndio e apurar possíveis falhas técnicas ou operacionais. Enquanto isso, as famílias enlutadas enfrentam a difícil missão de seguir em frente, carregando consigo as lembranças de quem partiu de forma tão abrupta.
A dor é imensa, mas há também um legado a ser preservado. As últimas palavras do piloto e do médico não foram apenas expressões de desespero — foram atos de heroísmo. Elas ecoam como testemunhos de que, mesmo nos momentos mais sombrios, o espírito humano pode se erguer com coragem, tentando proteger, orientar e salvar.
Este acidente com balão em Santa Catarina jamais será esquecido. Que a memória de Elvis e Andrei sirva de inspiração, lembrando-nos que, em meio ao fogo e à tragédia, ainda é possível encontrar gestos de luz e humanidade.