O caso da bebê Ana Beatriz, que comoveu o Brasil nos últimos dias, ganhou um desfecho trágico. O corpo da recém-nascida, que havia desaparecido na sexta-feira (11), foi encontrado na terça-feira (15) no quintal da própria residência da família, localizada no município de Novo Lino, interior de Alagoas. A menina tinha apenas 15 dias de vida.
Desde o início, o desaparecimento da bebê causou grande comoção nas redes sociais e mobilizou as autoridades locais. No entanto, o rumo das investigações apontou para uma realidade ainda mais dolorosa.
Durante uma coletiva de imprensa realizada na noite de segunda-feira (14), a Polícia Civil de Alagoas já havia sinalizado que trabalhava com a possibilidade de Ana Beatriz estar morta. Infelizmente, essa hipótese foi confirmada pouco tempo depois.
Um relato com muitas contradições
O que mais chamou a atenção dos investigadores foi a postura da própria mãe da criança. Em depoimentos prestados à polícia, ela apresentou pelo menos cinco versões diferentes dos fatos. A primeira alegação foi de que teria sido abordada por quatro criminosos armados, enquanto esperava um ônibus na beira da BR-101, no povoado Novo Eusébio. Segundo essa versão inicial, os homens teriam arrancado a bebê de seus braços e fugido.
Contudo, essa narrativa logo se mostrou inconsistente. Testemunhas relataram não ter visto a mulher no local indicado no horário informado. E mais: não havia qualquer sinal de movimentação incomum ou ocorrência semelhante naquela região naquele dia.
Com o desenrolar da investigação, surgiram outras versões, ainda mais desconexas, incluindo relatos de que a mãe teria sofrido abuso sexual e que a criança teria sido levada durante esse suposto episódio. A sucessão de histórias desencontradas gerou ainda mais desconfiança.
Investigação avançou com ajuda de depoimentos e perícias
Diante da falta de coerência nos relatos e das informações levantadas por testemunhas, a polícia decidiu aprofundar a investigação na própria casa da família. Foi justamente nesse momento que o corpo da pequena Ana Beatriz foi encontrado, enterrado no quintal.
Peritos do Instituto de Criminalística foram acionados imediatamente para realizar a remoção e análise do corpo. A causa da morte ainda está sob investigação, e os exames cadavéricos serão cruciais para determinar o que, de fato, ocorreu com a bebê.
A descoberta do corpo no próprio ambiente familiar levanta uma série de questionamentos. Um deles é: como ninguém da casa ou vizinhança percebeu algo estranho durante esses dias? Outro ponto é o silêncio e as sucessivas versões contraditórias apresentadas pela mãe, que agora se tornou o principal foco da apuração policial.

Suspeito chegou a ser preso, mas foi liberado
Durante a fase inicial das investigações, a polícia chegou a prender um suspeito no estado de Pernambuco. No entanto, após a checagem de seus álibis e a comprovação de que não tinha envolvimento com o caso, ele foi liberado.
Esse fato apenas reforça que a linha de investigação mais sólida sempre esteve direcionada à família, especialmente à mãe da criança.
Comunidade abalada e pedidos de justiça
O caso abalou profundamente a pequena cidade de Novo Lino, localizada a cerca de 100 km da capital, Maceió. Moradores, consternados, fizeram vigílias e orações pela bebê nos dias em que ainda se acreditava que ela poderia estar viva.
Com a confirmação da morte e a revelação de que o corpo estava escondido em casa, os sentimentos de indignação e revolta tomaram conta da população. As redes sociais foram inundadas com mensagens exigindo justiça e punição para os responsáveis.
O que esperar agora
A Polícia Civil segue investigando o caso com todo o rigor. A mãe de Ana Beatriz está sob custódia e deve ser formalmente indiciada assim que os laudos forem concluídos. Os investigadores também avaliam se há outras pessoas envolvidas ou que tenham acobertado o crime.
O trágico desfecho do caso de Ana Beatriz serve como alerta sobre a importância de uma apuração rápida e criteriosa em situações de desaparecimento de crianças. O Brasil acompanha atento os próximos passos desse caso, esperando que a verdade venha à tona por completo e que os culpados sejam responsabilizados.