Após cirurgia, Bolsonaro faz o que não devia e acabou sofren… ver mais

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Era para ser apenas mais um dia de recuperação, mas uma atitude de Bolsonaro gerou tensão entre a equipe médica. O presidente, internado no Hospital Albert Einstein após uma cirurgia delicada para retirada da bolsa de colostomia, acabou quebrando o protocolo imposto pelos médicos. O resultado? Uma bronca direta, sem meias palavras, de quem cuida de sua saúde.

O episódio ocorreu na última sexta-feira, 1º, quando Jair Bolsonaro decidiu realizar uma videoconferência com o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno. A conversa durou dez minutos e foi feita do gabinete provisório montado ao lado do quarto de internação. Apesar da aparente normalidade da situação, o gesto contrariou orientações médicas claras.


Médicos haviam sido enfáticos: nada de falar

Desde o início do pós-operatório, a recomendação principal da equipe médica era simples e direta: evitar falar. O motivo? O esforço da fala pode levar à ingestão de ar, o que contribui para a formação de gases, dificultando a recuperação abdominal. Mas para o presidente, o silêncio parece ter sido uma tarefa árdua demais.

O cirurgião responsável pelo caso, Antonio Luiz Macedo, não escondeu sua preocupação com a atitude do presidente. Em entrevista ao Broadcast Político, ele foi direto:
“Eu pedi para não falar nada porque senão vai engolir ar e pode piorar o quadro abdominal. É isso que a gente acha.”


Regras ignoradas: fala, despachos e até televisão

Além de ignorar a orientação de não falar, Bolsonaro também contrariou outra recomendação: evitar qualquer tipo de estímulo emocional ou estresse. Mesmo assim, ele acompanhou as movimentações no Congresso Nacional e assistiu às sessões da Câmara e do Senado no dia anterior à videoconferência. Um comportamento considerado arriscado para seu quadro clínico.

O receio da equipe médica é de que qualquer tipo de estresse ou empolgação — seja por política ou futebol — interfira no processo de recuperação. Por isso, para o sábado, 2, outra ordem foi imposta: nada de assistir ao clássico entre Palmeiras e Corinthians, válido pelo Campeonato Paulista, que estava programado para as 17h.


“Falta ainda um bom caminho no pós-operatório”

Apesar do otimismo com o progresso da recuperação, Macedo foi enfático ao afirmar que o cenário ainda exige cautela.
“Eu pedi para moderar tudo, tomar cuidado porque ainda faltam alguns dias de pós-operatório. Não está resolvido ainda o pós-operatório”, reforçou o cirurgião.

O alerta reforça que, embora o procedimento tenha sido bem-sucedido, a pressa em retomar a rotina presidencial pode se transformar em uma armadilha perigosa.


Porta-voz admite: “É difícil segurá-lo”

O próprio porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, reconheceu a dificuldade de conter o presidente. Na última quinta-feira, 31, ele comentou que “é difícil para o presidente seguir a recomendação de não falar”, indicando que a insistência de Bolsonaro em despachar e se manter ativo é uma realidade constante dentro do hospital.

Barros ainda destacou que, apesar da posição de autoridade de Bolsonaro, “a gente tem que fazer um ‘esforçozinho’ para ajudá-lo também”, tentando amenizar a tensão entre o presidente e os profissionais de saúde.

Presidente Jair Bolsonaro despacha de dentro do Hospital Albert Einstein Foto: Divulgação / Estadão Conteúdo

Recuperação exige silêncio, repouso e paciência

A bronca recebida por Bolsonaro serviu como um alerta não apenas para o próprio presidente, mas para todos ao seu redor. O recado da equipe médica é claro: qualquer deslize pode comprometer dias de evolução positiva.

Antonio Macedo fez questão de reafirmar o que é mais importante neste momento: “É só tomar cuidado, não falar muito, não fazer esforço e não ser submetido a nenhum estresse psicológico.”

Se Bolsonaro conseguirá seguir essas orientações com rigor nos próximos dias, só o tempo dirá. Mas uma coisa é certa: sua recuperação exige mais do que força de vontade — exige disciplina, paciência e silêncio.

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